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Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro, Brazil

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Da piada a resposta...



Postada no Facebook


À minha irmã... 

Não acredito muito nesse resultado... os poucos que diriam “o vai a pqp” não seriam população suficiente para uma boa estatística, pois com certeza os que responderem são partes de uma seleta minoria, e não representariam, infelizmente, a grande maioria. Sei que todos nós temos as nossas alienações, limitações e inculturabilidades, eu tenho as minhas, você tem as suas, o outro tem as dele, mas temo por aquelas que recaem sobre os ombros de terceiros, por isso é preciso se policiar, e muito, para que as nossas imperfeições ideológicas, filosóficas, e até mesmo psicológicas, que nos podam diretrizes, não prejudiquem aqueles que nada tenham com isso. É o caso de nossa filosofia política, pois quando a erramos, erramos por todos, e hoje em dia depositamos, como que por desculpa, que a nação (que fica em quase último lugar no quesito educação), não procura crescer culturalmente... não há muito para se dizer ao contrário, pois não vemos como maioria aqueles que procuram saber: quem é quem no quadro político nacional; que o bom entretenimento televisivo teve a cordinha puxada e desceu pelo ralo e o que ficou é de um mau gosto indefinível;  quem é e o quê é de fato música de qualidade, tanto a nacional, quanto a de fora; que o cinema (que gosto muito!) pode ser maleficamente tendencioso; que os livros não são todos aproveitáveis (uns são puro desperdício de papel);  e que o teatro, quase que num todo, ruiu bem em cima da cabeça do bom gosto. Digo isso, mesmo que aqui seja um país bem diverso culturalmente, pois há aqueles que manipulam tudo, e há aqueles que tudo aceitam, e assim acabam definindo “coisas” como o tal “funk carioca” como um fenômeno cultural... manchando o funk real como algo ruim, o tido como “pai do funk”, James Brown, hoje lá no céu das estrelas, deve se incomodar e muito com isso. A grande idiotice é que tantos outros processos culturais, bons, vão sendo enforcados para que renasçam zumbis e inclassificáveis, um outro exemplo? O sertanejo é um... sei, é claro, dos vários entendimentos e conceitos do que é cultura, mas no caso do "funk carioca", é alienação pura e simplesmente mais nada do que isso, uma pena, pois que esse movimento, que nasceu com as propriedades boas do questionamento social, se perdeu ainda muito próximo a sua própria concepção, e hoje o que é de verdade “cultura saudável” foi largado a milhas e milhas de distância de nossos massacrados ouvidos e pobres olhos, por intermédio do entendimento do que é rentável para os meios de comunicação e gravadoras.

E isso tudo é um interlúdio, para que eu diga que alguns vivem cercados de pessoas (graças a Deus!) que pensam que essas últimas gestões de âmbito federal (Regime Militar, Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma e talvez quem mais vier) de nada tem de social, ambiental, econômico e cultural, dentro do padrão do que é a base de um desenvolvimento sustentável verdadeiro, aceitável, por isso achamos que a grande maioria também  pensa como nós... isso é um erro, e essa talvez seja a nossa limitação maior, pois que ainda acreditamos! E esse é um país, onde o povo se deixa enganar, e enganado permanece, e que poucos compõem a exceção dos olhos abertos para coisas assim... onde por isso são vistos como chatos, “biodesagradáveis”, metidos a “nerd’s”, CDF’s e coisas mais e más do gênero pejorativo. O engraçado é que são esses que nos mandam para a “pqp”. Eles se deixam alienar-se, e o errado somos nós, que mesmo quando nos pegamos massificados, lutamos contra... luta árdua essa, por sinal.

Então, para comprovar que sou mesmo um chato de carteirinha assinada com foto carimbada e tudo... deixo aqui três exemplos para o que falo, um é clássico e os outros bem atuais, que são, eleições, Usina Hidrelétrica de Belo Monte e a Copa do Mundo de Futebol:

1.  Eleições – O povo sempre vota nas mesmas pessoas (se é que são pessoas de verdade, eu tenho desconfiança destas, pois que a desumanidade nelas é sempre reincidentemente implacável), e estas sabendo disso, travestidas de políticos, fazem o que fazem, pois tem a certeza da reeleição, ou de que trabalharão nos bastidores da política, e que mesmo sendo bastidores atuam a céu aberto. Eis que o Lula se foi e a Dilma ficou... podendo ainda ter o risco de uma inversão do acontecido, ou a permanência da mesma... o povo (digo de novo), em sua grande maioria, votaria nele ou nela outra vez... e quem sabe, em mais outras diversas vezes. Lula é considerado o “santo salvador”... aquele que chora, comove a muitos. E Lula por ser assumidamente um “displomado”, torna-se algo próximo ao povo, que ele mesmo ajuda a iludir... e a Dilma está nesse pacote, só que ela faz a linha “eu não sorria antes, mas agora sorrio até demais, mudei por vocês”... mas também, nem ao avesso ela é e será povo, afinal, o que é do povo vem do povo, certo?... Se concordou a essa pergunta, você não entendeu o que escrevi... esse dito já caiu por terra, Lula veio do povo, mas não ficou pelo povo, então esqueça isso de vez! Aquela coisa de que o inferno está cheio de boas intenções, serve bem para o que é fazer política em um país onde seu povo nem apolítico é, por que isso já seria uma decisão determinante política... o povo é apático mesmo, e não se fala mais nisso;

2.  Hidrelétrica de Belo Monte – Essa a população me parece que engoliu bem, mesmo que a tenha ficado atravessada na garganta e não se sabe como cuspir, pois não a sente incomodar. Aquele imenso “elefante branco” no meio da selva, já vinha sendo anunciado desde os tempos do inglorioso regime militar, e quando enfim, o governo petista resolveu tirá-lo do papel para a realidade, todos dormiam em cama de faquir, só que muitos não acordaram. Essa grande maioria fez o que bem sabe fazer, entupida pelo sonífero do pão e circo, não procurou entender por que índios, ambientalistas e até mesmo alguns políticos, eram contra... e ainda o são. A causa não está de todo perdida... acreditam esses alguns. Alguns que ainda gritam no ouvido da mídia, que Belo Monte, é um grande crime social, cultural e ambiental, e que a sua construção, pelo menos naquele local, não é necessária, viável, porém, se a mídia não repercute o grito, muitos como eu, gritam à toa?... Não, não gritamos à toa... um dia falarão o quanto aquilo foi ruim, ai espero estar vivo, para escrever (não rindo como se vitorioso fosse, pois não serei!), e o farei junto com essa minoria de alguns, algo tipo: nós avisamos... nós tentamos avisar!
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Estado do Pará, próximo a cidade de Altamira, só existe por uma razão que pode ser multiplicada, multiplicada e multiplicada, pois é puro acordo milionário... não há outra explicação plausível.  
Aos índios, que vistos como improdutivos, resta a desapropriação de suas terras ou a continuidade de uma negociação direta e eterna, como forma de luta, que espero que seja sempre no campo das ideias e nunca no da violência. Aos animais, o meu desejo é que suas espécies não pereçam, já que com certeza, por ai existem animais endêmicos a essa região... muitos, talvez, nem classificados, mas todos já desprezados, como se não tivessem direito a vida, e que dali serão varridos, tanto pela enxurrada de água, quanto pela lógica insana de profissionais envolvidos e políticos que sempre se envolvem em questões assim, eles batem cabeça por essas coisas. Quanto a vegetação, que também, nem toda foi catalogada, e que pode conter a cura para uma série de patogenias, o meu profundo pesar... se pudesse replantaria, cada uma das espécies que ai se perderão, nem que levasse séculos para isso. E aqui cabe bem o ditado índio, que diz: 
Quando a última árvore tiver caído,
Quando o último rio tiver secado,
Quando o último peixe for pescado,
Vocês vão entender que o dinheiro não se come
”;

            3. Copa do mundo - Essa questão nem se fala, no Facebook quantas “comunidades” foram criadas para criticarem isso, eu mesmo participo de uma que se chama “Dinheiro para copa tem, mas para a saúde, não...”. Só que aqui a coisa se reverte, agora são muitos os que contestam, mas eu não vi alguns tantos que hoje criticam desesperadamente pela salvação do dinheiro público e sua empregabilidade nos cofres da saúde, entrarem lá no começo da comunidade ou em qualquer outro espaço, ou nas ruas, ou nos jornais, revistas, TVs, torpedos, e-mails, fanzines, cartas, bilhetes, rascunhos... para expressarem seu descontentamento... somente no Facebook é que agora o fazem, de uma forma quase que robótica, portanto, sem paixão, afinal, é um lugar onde temos uma ótima Uma opinião fundamentada em conhecimento ideológico, social, ambiental, cultural? O que é isso?! Não sabem, e nem procurarão saber. O absurdo é que os estádios não foram construídos à surdina, eles não foram feitos de um dia para o outro, e sim a olhos vistos para que quem quer que fosse os vissem, afinal a política obedece ao velho jargão "para inglês ver", não é? E há um detalhe importante nisso, as reformas e construções dos estádios tiveram seus valores divulgados antecipadamente, acompanhados dos sorrisos de Pelé, Ronaldo Fenômeno & Cia, nas estampas de todos setores da mídia... e eu não vi, nem povo, nem redes de TVs, jornais, revistas... esboçarem reação, salvo alguns pontos isolados... talvez, mas nada de grande porte para que realmente chamasse atenção, infelizmente. Vi, primariamente, um político colocando a boca no trombone a respeito disso, e era o Romário, ironicamente um ex-jogador, declarando, já  proporções nunca antes vistas... daí uma notinha sobre, aqui e ali, e pronto, ninguém mais falou no assunto. Aí, de repente, quando o leite está derramado, e já seco pelo chão, é que alguns querem reclamá-lo. Não dá, o povo é omisso mesmo, só que agora criaram uma onda, e muitos, por puro modismo, querem surfá-la. Uns, indo às ruas pacificamente (e ta... mesmo que estes ajam tardiamente, tem a minha parca admiração) e outros, de atitudes violentas incabíveis (que só rindo mesmo e desejando a prisão de todos)... e que ainda por cima sujam o real sentido do movimento anárquico, por que viram ou ouviram em algum lugar, mas não leram nada, não aprenderam nadica, sobre o que isso de fato é, e representa. E isso é a pior forma de ser inculto, é a ignorância refletida no espelho do achismo... mil vezes a ignorância primária, do que aplicar algo sem o mínimo de conhecimento necessário.

Portanto, digo: sei quem são aqueles que mandarão minha irmã para a “pqp”, de um lado os poucos alguns com conhecimento de causa, de outro os que aderiram a moda do correr atrás pelos motivos errados, mesmo que esses pareçam justos, só que esses últimos farão como quem xinga ao vento, para qualquer direção, não importa o destino por que não há foco... ou será que por osmose ganharam a consciência de que há um verdadeiro câncer comendo o que resta da boa carne política de nosso país? Vamos esperar para ver o resultado de nossos dias, eles estão sendo somados e a conta final está no futuro. E se você conseguiu notar algum otimismo, que se escondeu por detrás de cada palavra... sim, por sentimentalidades utópicas, eu ainda acredito que existam aqueles que apontam para o fim do túnel como uma linha no horizonte, e o fazem de maneira correta... entendo que seja o mesmo que colher grãos de mostarda em ninhos de serpentes, mas existem... e digo isso sobre políticos e indivíduos integrantes dessa massa chamada povo... as mudanças para o bem acontecem aos poucos, mas acontecem. Então, querida irmã, fica essa pergunta na qual se subdivide em várias outras... quem serão, ou já são, esses?

Eu, seu irmão... tendo uma recaída do tempo em que acreditava poder mudar o mundo com o poder das palavras ácidas... hora ou outra agradeço por ver coisas, tipo essa piada (engraçada, não pense que não ri, até doeu a nuca.. a alegria irônica dá câimbras, constatei), elas despertam esse meu lado que está latente. Voltando ao normal, termino aqui.

Pense verde

... é possível dar ordem ao caos...

e o planeta azul agradece.

Abraços a todos!!!

Mu®illo diM@tto
 




segunda-feira, 21 de abril de 2014

Eu, Dylan & Carter

Rubin Hurricane Carter com Nelson Madela em setembro 2009
Assistindo a uma noticia, que infelizmente não teve o merecido destaque, no telejornal, lembrei de um momento de minha vida, de muita importância, em que eu e mais dois amigos, o saudoso Silvinho, o louco, e Sheik, o russo. voltávamos de um dos nossos (já históricos) acampamentos, e esse foi um daqueles instantes em que parece ter ficado “parado, suspenso no ar”, como bem cantava Raul Seixas em “Tente Outra Vez. Não lembro bem ao certo a data, mas recordo que era por volta das quase doze horas da noite, no já longínquo ano de 1985, quando passou um automóvel, desses bem rebaixados e com pneus de talas largas, coisas que não se vê muito hoje em dia, mas que eram parte do cenário da “plaboyzada” da época... e este estava com o rádio no mais alto volume (isso ainda se vê, ou pior, se escuta), a principio fiquei maluco com o volume alto, devido ao vinho ainda presente no meu até então, mau tratado organismo... mas depois que ouvi melhor um solo rasgado de violino na música que se fazia presente, esqueci a ressaca tardia na hora ... e fui ao delírio! Era nada mais, nada menos, do que um dos profetas pop de minha geração... era Bob Dylan, se apresentando com maestria em uma canção. E de vez em quando a música era interrompida para ser anunciado que alguém chamado Carter finalmente havia sido libertado e que essa música espetacular composta por Dylan em 1975, chamada de “Hurricane”, um hino, uma ode, era um tributo ao pugilista Rubin Carter, conhecido como o Furacão, que em inglês é o título da música. Então me veio um “epa!” no pensamento seguido da seguinte pergunta: “quem é esse Rubin “Hurricane” Carter que a rádio tanto fala, afinal?!” Bem... a música para quem não conhece (mas devia) tem mais ou menos uns oito minutos de duração, com uma cantoria continua da voz fanhosa do grande Dylan... e sempre acompanhada das nuances de um sublime e nervoso violino, e o tempo todo em um ritmo “folk-rock-country”, sei lá... indefinível! Porém frenética e palpitante... terminando com um solo, da sempre presente, velha harmônica estridente e sempre bem aplicada na conduta musical que Dylan nos oferece. Não é à toa que Bob Dylan é visto e cultuado por varias gerações como um dos maiores gênios musicais do século XX. E o bom é que ele, mesmo não tão assíduo ultimamente, continua em ebulição. Bem, vamos a música, por que é dela que também se trata essa matéria, eu já a conhecia e muito, mas pelo jeito nem tudo que ela de verdadeiro representava, perguntei aos meus companheiros de viagem se sabiam quem era, e constatei que a ignorância entre nós era fortemente contagiosa. Então, a época do acontecido, eu pesquisei... a música conta a história de um ex-pugilista, Rubin Carter, nascido em 6 de maio de 1937, em Clifton, Nova Jérsia, EUA. Um sujeito que após ser liberto se tornou um dos maiores ativistas por causas humanitárias. Ele procurava libertar prisioneiros condenados por crimes que não cometeram, e todo aquele que de alguma forma fora injustiçado. E a ele não importava se fosse negro ou branco, pois Carter, era um daqueles que pensavam que a única raça que existe, tanto socialmente, quanto biologicamente falando é a humana... a cor de um homem nunca deveria defini-lo como uma espécie diferente dentro de sua própria raça, pois esta definição por si só, já é racista. Mas é isso, esse era Rubin Carter... digo no passado por que esse grande sujeito veio, infelizmente, a falecer domingo agora (20/04/2014) aos 76 anos de idade, em Toronto, Canadá, devido a um câncer de próstata. Acho que Deus o quis como presente nessa Páscoa e o recolheu para a sua companhia - ele tem feito muito isso ultimamente, com os bons. Então, depois dessa pesquisa realizada em 1985, passei a admirar Carter como um dos grandes transformadores de opiniões, em um patamar que o enquadro entre Gandhi, Luther King, Malcom-X, Dian Fossey, Rachel Carson, Oliver Tambo, Steve Biko, Nelson Mandela, Desmond Tutu, Betinho e Dalai Lama. Poderia até não ter a mesma formação que os demais, mas em questão de perseverança e brilhantismo, não deixava nada a desejar. E “Hurricane” foi um desses tais, de personalidade forte, que não se calava diante do perigo eminente, e isso em plena década de 1960, onde os EUA eram (eram?!) um dos países mais segregacionistas do mundo. Então, essa sua postura libertária acabou mexendo com alguns manipuladores poderosos daquele tempo tão instável e conturbado... os anos da década de 1960. É tanto, que até hoje servem de exemplo para coisas que não devem ser repetidas. É... os homens são assim, buscam acertos em cima de suas sequências de erros grotescos e insanos. E foi isso que fizeram com Rubin Carter, erraram feio com ele, quando em 1966 o prenderam, o julgaram (por um júri racista e comprado) e o encarceram por 19 anos. Condenado por um triplo homicídio que ele comprovadamente não havia cometido, já que estava a quilômetros do local do crime. Cumpriu essa pena até 1985, quando então tomei conhecido de quem ele de fato era. Essa história é uma daquelas poucas que pode ser ouvida, lida e vista. Há a ótima música aqui já citada, há bons livros sobre, e há o também ótimo filme, do diretor Norman Jewison, de 1999, esse interpretado magistralmente por Denzel Washington, tanto que foi premiado pelo Globo de Ouro e indicado ao Oscar.
 
É a arte a serviço da justiça... essa que as vezes, sorrateiramente, se esgueira travestida de injustiça, parecendo não querer participar da vida daqueles que não estão entre os poderosos. Infelizmente a justiça é quase sempre manipulada pelos interesses escusos de uma minoria, mas infelizmente sempre poderosa... é a lei imposta por uns, para assim se fazer cumprir o lado negro da justiça (vide o nosso próprio congresso nacional, eles são mestres nisso). A história dos homens está ai, mascarada, mas está, para comprovar a quem quiser discordar. No mais, que venham outros “Hurricanes” (acho difícil), pois a vida plena tem justa sede destes.

                                                                                      
Links de Sustentação (mesmo que sejam sem criatividade nenhuma, parece que um copiou a matéria do outro):





Abraços, sempre!!!...


Murillo diMattos