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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Eu, Dylan & Carter

Rubin Hurricane Carter com Nelson Madela em setembro 2009
Assistindo a uma noticia, que infelizmente não teve o merecido destaque, no telejornal, lembrei de um momento de minha vida, de muita importância, em que eu e mais dois amigos, o saudoso Silvinho, o louco, e Sheik, o russo. voltávamos de um dos nossos (já históricos) acampamentos, e esse foi um daqueles instantes em que parece ter ficado “parado, suspenso no ar”, como bem cantava Raul Seixas em “Tente Outra Vez. Não lembro bem ao certo a data, mas recordo que era por volta das quase doze horas da noite, no já longínquo ano de 1985, quando passou um automóvel, desses bem rebaixados e com pneus de talas largas, coisas que não se vê muito hoje em dia, mas que eram parte do cenário da “plaboyzada” da época... e este estava com o rádio no mais alto volume (isso ainda se vê, ou pior, se escuta), a principio fiquei maluco com o volume alto, devido ao vinho ainda presente no meu até então, mau tratado organismo... mas depois que ouvi melhor um solo rasgado de violino na música que se fazia presente, esqueci a ressaca tardia na hora ... e fui ao delírio! Era nada mais, nada menos, do que um dos profetas pop de minha geração... era Bob Dylan, se apresentando com maestria em uma canção. E de vez em quando a música era interrompida para ser anunciado que alguém chamado Carter finalmente havia sido libertado e que essa música espetacular composta por Dylan em 1975, chamada de “Hurricane”, um hino, uma ode, era um tributo ao pugilista Rubin Carter, conhecido como o Furacão, que em inglês é o título da música. Então me veio um “epa!” no pensamento seguido da seguinte pergunta: “quem é esse Rubin “Hurricane” Carter que a rádio tanto fala, afinal?!” Bem... a música para quem não conhece (mas devia) tem mais ou menos uns oito minutos de duração, com uma cantoria continua da voz fanhosa do grande Dylan... e sempre acompanhada das nuances de um sublime e nervoso violino, e o tempo todo em um ritmo “folk-rock-country”, sei lá... indefinível! Porém frenética e palpitante... terminando com um solo, da sempre presente, velha harmônica estridente e sempre bem aplicada na conduta musical que Dylan nos oferece. Não é à toa que Bob Dylan é visto e cultuado por varias gerações como um dos maiores gênios musicais do século XX. E o bom é que ele, mesmo não tão assíduo ultimamente, continua em ebulição. Bem, vamos a música, por que é dela que também se trata essa matéria, eu já a conhecia e muito, mas pelo jeito nem tudo que ela de verdadeiro representava, perguntei aos meus companheiros de viagem se sabiam quem era, e constatei que a ignorância entre nós era fortemente contagiosa. Então, a época do acontecido, eu pesquisei... a música conta a história de um ex-pugilista, Rubin Carter, nascido em 6 de maio de 1937, em Clifton, Nova Jérsia, EUA. Um sujeito que após ser liberto se tornou um dos maiores ativistas por causas humanitárias. Ele procurava libertar prisioneiros condenados por crimes que não cometeram, e todo aquele que de alguma forma fora injustiçado. E a ele não importava se fosse negro ou branco, pois Carter, era um daqueles que pensavam que a única raça que existe, tanto socialmente, quanto biologicamente falando é a humana... a cor de um homem nunca deveria defini-lo como uma espécie diferente dentro de sua própria raça, pois esta definição por si só, já é racista. Mas é isso, esse era Rubin Carter... digo no passado por que esse grande sujeito veio, infelizmente, a falecer domingo agora (20/04/2014) aos 76 anos de idade, em Toronto, Canadá, devido a um câncer de próstata. Acho que Deus o quis como presente nessa Páscoa e o recolheu para a sua companhia - ele tem feito muito isso ultimamente, com os bons. Então, depois dessa pesquisa realizada em 1985, passei a admirar Carter como um dos grandes transformadores de opiniões, em um patamar que o enquadro entre Gandhi, Luther King, Malcom-X, Dian Fossey, Rachel Carson, Oliver Tambo, Steve Biko, Nelson Mandela, Desmond Tutu, Betinho e Dalai Lama. Poderia até não ter a mesma formação que os demais, mas em questão de perseverança e brilhantismo, não deixava nada a desejar. E “Hurricane” foi um desses tais, de personalidade forte, que não se calava diante do perigo eminente, e isso em plena década de 1960, onde os EUA eram (eram?!) um dos países mais segregacionistas do mundo. Então, essa sua postura libertária acabou mexendo com alguns manipuladores poderosos daquele tempo tão instável e conturbado... os anos da década de 1960. É tanto, que até hoje servem de exemplo para coisas que não devem ser repetidas. É... os homens são assim, buscam acertos em cima de suas sequências de erros grotescos e insanos. E foi isso que fizeram com Rubin Carter, erraram feio com ele, quando em 1966 o prenderam, o julgaram (por um júri racista e comprado) e o encarceram por 19 anos. Condenado por um triplo homicídio que ele comprovadamente não havia cometido, já que estava a quilômetros do local do crime. Cumpriu essa pena até 1985, quando então tomei conhecido de quem ele de fato era. Essa história é uma daquelas poucas que pode ser ouvida, lida e vista. Há a ótima música aqui já citada, há bons livros sobre, e há o também ótimo filme, do diretor Norman Jewison, de 1999, esse interpretado magistralmente por Denzel Washington, tanto que foi premiado pelo Globo de Ouro e indicado ao Oscar.
 
É a arte a serviço da justiça... essa que as vezes, sorrateiramente, se esgueira travestida de injustiça, parecendo não querer participar da vida daqueles que não estão entre os poderosos. Infelizmente a justiça é quase sempre manipulada pelos interesses escusos de uma minoria, mas infelizmente sempre poderosa... é a lei imposta por uns, para assim se fazer cumprir o lado negro da justiça (vide o nosso próprio congresso nacional, eles são mestres nisso). A história dos homens está ai, mascarada, mas está, para comprovar a quem quiser discordar. No mais, que venham outros “Hurricanes” (acho difícil), pois a vida plena tem justa sede destes.

                                                                                      
Links de Sustentação (mesmo que sejam sem criatividade nenhuma, parece que um copiou a matéria do outro):





Abraços, sempre!!!...


Murillo diMattos
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Repassando e-mail (Avaaz): Mundo versus Wall Street


Milhares de norte-americanos ocuparam sem violência a Wall Street - um epicentro do poder financeiro global e da corrupção. Eles são os últimos raios de luz em um novo movimento pela justiça social que está se espalhando rapidamente pelo mundo: de Madrid a Jerusalém e a 146 outras cidades, com outras aderindo a cada instante. Mas eles precisam de nossa ajuda para triunfarem.
 
Como são as famílias de trabalhadores que estão pagando a conta de uma crise financeira causada por elites corruptas, os manifestantes estão exigindo uma verdadeira democracia, justiça social e combate à corrupção. Mas eles estão sob forte pressão das autoridades e alguns meios de comunicação estão retratando-os como grupos extremistas. Se milhões de nós de todo o mundo os apoiarem, vamos aumentar a sua determinação e mostrar a mídia e aos líderes que os protestos fazem parte de um movimento massivo pela mudança.

Este ano pode ser o nosso 1968 desse século, mas para ter sucesso ele deve ser um movimento de todos os cidadãos, de todas classes sociais. Clique para participar da campanha para a democracia real - um contador gigante será erguido no centro da ocupação em Nova York mostrando ao vivo cada um de nós que assinarmos a petição e retransmitido ao vivo na página da petição.

A onda mundial de protestos é o capítulo mais recente na história deste ano do poder global do povo.
No Egito, as pessoas tomaram a praça Tahrir e derrubaram seu ditador. Na Índia, o jejum de um homem trouxe milhões às ruas e o governo teve que ceder - vencendo uma ação real para acabar com a corrupção. Durante meses, os cidadãos gregos protestam sem descanso contra os injustos cortes nos gastos públicos. Na Espanha, milhares de "indignados" desafiaram a proibição de manifestações pré-eleitoral e montaram um acampamento de protesto na praça do Sol para manifestar contra a corrupção política e a manipulação do governo da crise econômica. E neste verão em Israel as pessoas construíram "cidades de tendas" para protestar contra o aumento dos custos de habitação e por justiça social.

Estes assuntos nacionais estão ligados por uma narrativa global de determinação para acabar com a conivência das elites e de políticos corruptos - que em muitos países ajudaram a causar uma prejudicial crise financeira e agora eles querem que as famílias de trabalhadores paguem a conta. O movimento de massas que está respondendo a isso pode não só garantir que o ônus da recessão não caia sobre os mais vulneráveis, mas também pode ajudar a melhorar o equilíbrio de poder entre democracia e corrupção. Clique para apoiar o movimento:

Em cada revolta, do Cairo a Nova York, o pedido por um governo responsável que sirva o povo é claro e nossa comunidade global tem apoiado esse poder do povo em todo o mundo, onde quer que tenha surgido. O tempo em que os políticos ficavam nas mãos dos poucos corruptos está terminando e, em seu lugar, estamos construindo democracias reais, de, por e para as pessoas.

Mais informações:

Protestos nos EUA entram no 18º dia e se alastram (O Estado de S. Paulo)

A ocupação de Wall Street e a luta simbólica (O Globo)
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/10/05/a-ocupacao-de-wall-street-a-luta-simbolica-409477.asp

Contra medidas de austeridade, Grécia faz greve no setor público (G1)
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/grecia-tem-dia-de-greve-no-setor-publico.html

Protestos contra corrupção reúnem milhares no Kuait (Folha de S. Paulo)

Com esperança,
Emma, ​​Maria Paz, Alice, Ricken, Morgan, Brianna, Shibayan e o resto da equipe Avaaz

Minha nota:

Muito mais do que uma reivindicação isolada por questões financeiras, essa manifestação de Nova York retrata o efeito dominó que há no mundo pelas questões político-sociais, haja vista o que está sendo noticiado já há quase que um ano: manifestações contra ditadores, contra a corrupção, contra os desmatamentos e poluição, contra a criminalidade, contra o racismo étnico e sexual, contra a fome, contra a crise financeira mundial, contra isso e aquilo. Há um desconforto mundial em quase que todos os quesitos sócio-governamentais e também a nível de comportamento, é notório que há uma sede de mudança quanto ao que definimos como sociedade. Então, é a hora de mostrarmos aos nossos governantes, em todas as suas esferas, que essa luta por uma mudança onde haja uma harmonia entre todos, é mundial. Assinem a petição, por favor.     

Abraços, sempre!

Mu®illo diM@tto