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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Repassando Postagem: Choro e Protesto Marcam Corte e Poda de Eucaliptos Centenários em Nova Friburgo - RJ



Das 160 árvores, 40 eucaliptos serão cortados e 44 podados. Segundo a prefeitura, laudo que indica dano e corte é por segurança.

Matéria de Juliana Scarini, correspondente do G1 Região Serrana.


28/01/2015 19h23 - Atualizado em 29/01/2015 09h50
 
Imagens áreas mostram o tamanho do eucalipto cortado nesta quarta-feira (28) 
(Foto: Montagna Filmes/Divulgação)

O corte dos eucaliptos centenários da Praça Getúlio Vargas em Nova Friburgo, Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, está gerando vários protestos. Manifestantes afirmam que o corte raso das árvores é uma ação "assassina" e que destrói a história do município. Nesta quarta-feira (28), o corte de mais um eucalipto causou comoção em várias pessoas que tentaram impedir a ação. Segundo a prefeitura, um laudo indicou dano nas árvores e o corte é por segurança. A medida foi anunciada no início deste mês, após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) afirmar que a manutenção do espaço é de responsabilidade do executivo.

Abraços coletivos às árvores estão sendo feitos
todos os dias (Foto: Alessandro Rifan)

Até este domingo (25), foi feito o corte de 25 eucaliptos e, nesta quarta-feira, uma das maiores árvores da praça foi derrubada. Algumas pessoas que acompanharam o corte chegaram a chorar e se mostraram revoltadas. É o caso de Miguel Leal Marinho, de 28 anos. Ele participou de abraços coletivos nas árvores que ainda não foram cortadas e afirma que apenas um dos eucaliptos apresentava broca e precisava ser cortado.

"Ali não tem nenhuma árvore pronta para cair. Eu defendo a poda preventiva, mas a derrubada, não", disse Miguel, com um pedaço de tronco dos eucaliptos cortados, afirmando que a árvore não está podre.

Janusa Dias ficou emocionada ao ver o eucalipto sendo
cortado (Foto: Reprodução/InterTV)

Para o arquiteto e socioambientalista, Alessandro Rifan, de 44 anos, a medida adotada pelo município deveria ter sido feita envolvendo a sociedade civil para discutir e definir um conjunto de decisões. "O que estamos vendo não é adequado, é mutilatório. Cadê o tal laudo?  É um assunto que fere a afetividade do friburguense. Vi senhoras chorando, nervosas com esse ato insano e ditatorial", afirmou.

A jornalista Janusa Dias, de 34 anos, acompanhou o corte do grande eucalipto nesta quarta-feira e se emocionou ao presenciar a cena. "São muitos anos que aquelas árvores estão ali. Eu vou na praça todos os dias e ver isso me magoa muito. Dói muito ver as árvores sendo cortadas", afirmou Janusa.

O movimento contra o corte dos eucaliptos ganhou força nas redes sociais através da página "Nova Friburgo – cidade das árvores assassinadas" que já tem mais de 2.200 curtidas. Até o domingo (1º), vários abraços coletivos estão marcados para acontecer a parti das 18h, na Praça Getúlio Vargas.

Coletiva de imprensa aconteceu na tarde desta quarta (28) 
(Foto: Juliana Scarini/G1)



Prefeitura explica ação na praça


Nesta quarta-feira (28), o prefeito Rogério Cabral realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto e explicou que a prioridade é a segurança das pessoas que passam pelo local. Ele apresentou laudos de todas as árvores cortadas e voltou a afirmar que a medida está baseada em um estudo da Universidade Estácio de Sá, que aponta a necessidade de corte raso de 40 eucaliptos e a poda de outros 44.

Segundo o secretário de Defesa Civil, João Paulo Mori, a Praça Getúlio Vargas possui 160 eucaliptos e, se o município seguisse o estudo apresentado pelo IPHAN, seriam cortados 102 eucaliptos. "Optamos pelo estudo da Estácio e também realizamos radiografia e perfuração dos eucaliptos. A árvore maior, que foi cortada hoje, apresentava podridão", disse Mori.

"Eu entendo a revolta das pessoas, a praça realmente está ficando feia, mas essa ação é necessária", disse o prefeito, apresentando a Proposta de Requalificação Urbano Paisagístico da praça, elaborada pelo IPHAN. Segundo o município, o documento foi entregue em outubro de 2013. O valor do projeto é de R$ 8 milhões. A prefeitura afirmou que não possui recursos para iniciar o projeto que vai tentar apoio dos governos estadual e federal.

Ainda de acordo com Cabral, a decisão foi tomada após uma série de acidentes no local que, segundo ele, colocaram em risco a vida das pessoas.  "Nós também realizamos uma audiência pública no Teatro Municipal em outubro de 2013. Esse é um assunto que foi muito discutido e já era para ter sido resolvido há anos", falou Cabral.

Imagens mostram a praça antes da poda 
(Foto: Montagna Filmes/Divulgação)

Durante a coletiva, João Paulo Mori também explicou a mudança de data dos cortes. Até então, a medida aconteceu nos finais de semana e seria concluída neste domingo (1º). "Nós trocamos a data e voltamos com o trabalho nesta quarta atendendo um pedido dos feirantes. Eles disseram que estavam tendo prejuízos. Como também não houve necessidade interromper o trânsito, achamos que poderia concluir o trabalho durante a semana", disse.

Apesar disso, os manifestantes afirmam que a decisão de adiantar a conclusão do trabalho foi para enfraquecer o movimento. "Em função da má visibilidade quanto às mutilações e o movimento crescente de sensibilização na sociedade, resolveram hoje pela manhã iniciar a destruição completa da praça. Foi estratégico", reclamou o arquiteto e socioambientalista Rifan.

Após poda, um clarão foi aberto na praça 
(Foto: Montagna Filmes/Divulgação)

Destino da madeira
A prefeitura afirmou que a madeira dos eucaliptos está sendo destinada para o Horto Municipal e sendo guardada na Madeireira Melodia. "A madeira dessas árvores vai servir para construir novos bancos para a praça. Essa ação faz parte do projeto histórico. As pessoas que visitarem o espaço estarão sentadas em bancos que resgatam um pouco da história do local", disse Edson Lisboa, secretário do Escritório de Gerenciamento de Projetos.

De acordo com Edson, uma parte da madeira também foi entregue ao artista plástico Felga de Moraes, que irá fazer uma trabalho artístico, e a outra parte poderá ser doada para instituições de caridade que solicitarem à prefeitura.

O projeto elaborado pelo IPHAN e que será seguido pela prefeitura irá dividir a praça em três partes. O local terá um setor histórico, um intermediário e um de eventos. Serão plantadas flores e resgatada a história do local, que sofreu modificações ao longo do tempo.

Miguel mostrou pedaço de madeira sadia
(Foto: Juliana Scarini/G1)

Novas podas podem acontecer
Nesta quarta-feira (28), o município também informou que após o corte raso dos 40 eucaliptos, novas árvores podem ser cortadas ou podadas. O motivo é o fato das árvores "se protegerem" e buscarem sempre a posição do sol. Com a derrubada de algumas, as que ficaram isoladas podem apresentar tendência de queda. Caso isso aconteça, um novo estudo será feito no local.

Sobre a praça
A Praça Getúlio Vargas foi construída em 1880 pelo engenheiro e paisagista francês Auguste François Marrie Glaziou, também responsável pelo projeto paisagístico do Nova Friburgo Country Clube, e tombada pelo IPHAN na década de 1980. Segundo o órgão, a espécie de eucalipto existente no local tem como característica a desrama natural, ou seja, os galhos se desprendem naturalmente, sem que haja qualquer tipo de fator que provoque a queda.

Devido à idade dos eucaliptos, a queda de galhos ou de toda a árvore, como já aconteceu em julho de 2012, é um acontecimento normal e as podas erradas ao longo dos anos contribuem para  esses incidentes.

========== >XXX< ==========

Minhas ponderações....

Aqui cabe dizer outra vez, uma coisa que digo sempre: 

"A nossa opinião, para determinados políticos, só é válida em época de eleição, nessa época eles escutam de tudo, fora isso, depois de eleitos, o que falamos de nada mais vale, pois o que pensamos deixa de ser importante... isso até a próxima eleição, claro, pois ai eles voltam a fingir nos escutar ".

E esse é o exemplo vivo disso. Apesar de ser dito que houve debates antecipados ao acontecido, creio que a população não é louca a ponto de agir assim se já soubesse de fato. Entre os presentes existem pessoas com determinado conhecimento de causa, então merecem ser ouvidas, mas não é o que parece entender a atual gestão pública de Nova Friburgo... o que é uma pena. É mais uma vez um governo passando por cima da opinião de muitos.     


É possível dar ordem ao caos.
 Pense verde, o planeta azul agradece.

Abraços, sempre!!!
Mu®illo diM@tto