Repassando e-mail recebido da Change.Org em 25 de outubro de 2016...
Meu
nome é Nkechinyere Jonathan, tenho 45 anos, sou nigeriana e mãe de
quatro filhos – três meninos e uma menina. Sou professora de inglês e
vivia em uma cidade ao norte do meu país. O grupo terrorista
Boko Haram chegou à minha cidade em 2013, perseguindo as pessoas,
fechando as escolas e cometendo uma série de crimes e violência. Eles sequestraram nossas alunas e nunca mais vi muitas delas.
Eles
queriam impor novas regras, mas decidi que não aceitaria, por não
concordar com a violência e a proibição de dar aulas para meninas.
Naquela época, passei a dar aulas dentro da igreja da cidade. Recebi
muitas ameaças de morte pelo celular e sentia medo de circular nas
ruas. Do meu grupo de 15 professoras, 10 foram mortas e 5 fugiram.
Para
sobreviver, tive que sair da Nigéria. Deixei minha filha aos cuidados
da minha irmã, em um pequeno vilarejo no interior do país. Ela precisava
de proteção acima de tudo, por ser mulher. Foi um longo caminho – em julho de 2014 vim para São Paulo, com passaporte e visto. Pedi refúgio ao governo brasileiro, mas desde então, 2 anos e 3 meses depois, ainda estou sem documentos definitivos porque meu caso não foi analisado pelo Comitê Nacional de Refugiados (CONARE) do Ministério da Justiça.
Peço
somente que o governo brasileiro reconheça minha condição de refugiada,
para que eu possa trazer minha família ao Brasil e deixá-los a salvo
dos terroristas, longe do Boko Haram. Peço que a ONU faça um apelo ao
governo brasileiro, para que minha condição de refugiada seja
reconhecida.
Há um mês, meu filho Victor sofreu um atentado a bomba em Lagos, capital da Nigéria.
Minha família tenta se esconder e não sair de casa com frequência, mas,
depois de anos de espera, eles precisam se expor para continuar vivendo
– para estudar e trabalhar.
Entrei
em desespero por estar longe dos meus filhos e não poder trazê-los, já
que ainda não sou uma refugiada reconhecida e, por isso, não tenho
direito a reunir minha família. Victor sobreviveu, apesar das graves queimaduras nas duas pernas,
porque conseguimos pagar para tratá-lo em uma clínica particular. Tive
medo que ele fosse identificado como meu filho e assassinado.
Pela vida dos meus filhos, peço
ao presidente Michel Temer, ao ministro da Justiça, Alexandre de
Moraes, ao ministro das Relações Exteriores, José Serra, e demais
autoridades que analisem meu caso e concedam a proteção do refúgio. Só assim poderei trazer meus filhos para viver ao meu lado, em paz e segurança, no Brasil.
Para dar uma ideia do que eu passei, logo após deixar minha filha aos cuidados da minha irmã, para protegê-la (o Boko Haram escraviza meninas), eu comecei a fugir pela floresta ao norte do meu país, levando apenas um saco plástico com duas mudas de roupa.
Encontrei alguns grupos que estavam fazendo a mesma rota para sair do país, mas, quando eles paravam para descansar, eu seguia. Segui sozinha, sem dormir e sendo guiada pelas estrelas até chegar à fronteira do Benin.
Estava tão exausta que nem conseguia colocar meus pés firmes no chão.
Hoje, eu faço fisioterapia duas vezes por semana para conseguir me
manter de pé.
Agora que estou no Brasil, quero proteger meus filhos – assine e compartilhe para ajudar uma família que só quer viver em paz, estudar e trabalhar.
Não queremos terrorismo, queremos a chance de construir nossas vidas de novo!
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