Órgão constatou crime ambiental nas práticas do instituto, que atua em PE.
Presidente da entidade diz que não foi notificado e acusações são falsas.
Conforme postado no Site G1 em 09/10/2013 17h21
- Atualizado em
10/10/2013 - 10h34min.
Ano passado, Propesca fez 'tubarãozada' e assou carne
de tubarão, comprada em supermercado, na orla de Boa
Viagem, Zona Sul do Recife.
de tubarão, comprada em supermercado, na orla de Boa
Viagem, Zona Sul do Recife.
(Foto: Gabriela Alcântara / G1)
Apesar do Propesca atuar em Pernambuco, a multa foi emitida pela representação do IBAMA no Pará, onde há um grupo de ambientalistas focado em casos relacionados a tubarões. O analista ambiental do IBAMA, Leandro Aranha, foi o responsável pelas análises que constataram crimes praticados por integrantes do Propesca. "Os métodos [de captura] deles são vários. O que eu pude provar, à distância, foi o que pude aferir em fotos nas redes sociais: um deles posou para uma fotografia com uma espécie ameaçada de extinção recém-abatida", disse.
O outro autuado, segundo Leandro Aranha, lideraria a pesca predatória da espécie utilizando iscas vivas de tilápia, um peixe africano de água doce que pode se adaptar normalmente a ambientes salinos. "Há lugares no mundo onde eles [peixes] são criados já no sal. Todo rio que a tilápia consegue invadir, ele toma conta e acaba com várias espécies locais. Como essa pesca de tubarão foi feita no estuário dos rios Capibaribe e do Beberibe, havia um alto risco de invasão. É proibido por lei", apontou o especialista. Os dois integrantes do Propesca foram multados em R$ 8 mil. Saiba mais:
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O MPF pede, ainda, que o grupo evite enaltecer as capturas nas redes sociais, pois o Propesca pode ser responsabilizado penalmente por apologia ao crime.
O presidente do Instituto Propesca, Bruno Pantoja, informou ao G1 que ninguém do grupo foi notificado sobre a decisão do IBAMA. "Ainda não chegou nada para nós. O nosso departamento jurídico vai tomar medidas cabíveis sobre essas acusações que não correspondem com a realidade. A verdade é que a nossa proposta é a colocação de telas em trechos de risco de mar aberto e a recuperação ambiental, com reflorestamento e reconstrução de habitats naturais", explicou.
"Isso [que pregamos a pesca de tubarões] é outro mito lançado nas nossas costas. Nós pregamos ações para resolver a problemática [ataques de tubarões a banhistas] e para dar segurança à população e equilíbrio ambiental. Não pregamos extermínio de espécie alguma", complementou Pantoja.
Sobre as denúncias em relação ao uso de tilápias como isca, Pantoja explicou que a Portaria n° 145 do IBAMA introduziu, desde a década de 70, a espécie na fauna brasileira, salvo a Bacia Amazônia. "A tilápia chega viva e recebe um choque térmico em gelo para manter a rigidez cadavérica para possibilitar a melhor fixação da isca no anzol, possibilitando a atração do peixe a ser capturado. O tubarão nunca é considerado espécie alvo nas pescas, mas fauna acompanhante", afirmou.
Em relação à recomendação do Ministério Público, Pantoja disse que o grupo "vai acatar, até porque não pratica as infrações apresentadas na carta do MPF".
Esta é uma postagem repassada, seu original está em:
<http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/10/ibama-multa-integrantes-do-propesca-por-captura-de-tubaroes-no-recife.html>
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