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Medida preventiva correta ou insensatez histérica?
Por Marcelo Szpilman*
Mais uma vez, a notícia “Surfista morre e Austrália cogita sacrificar tubarões com mais de 3
metros”, publicada essa semana no Portal G1, reaviva a discussão em
torno dessa questão.
Semelhante ao recente clamor emanado em Recife
- Pernambuco,
a ideia de sacrificar tubarões para evitar ataques é um
verdadeiro contrassenso nas ações de conservação dos tubarões. Ainda que haja
real envolvimento do tubarão-branco no recente ataque
(leia a notícia abaixo), devemos levar em conta que suas populações declinaram
quase 90% nos últimos 30 anos e que propor matar tubarões de forma preventiva é uma
insensatez histérica com que algumas pessoas persistentemente decidem pautar
suas ações e opiniões.
A morte no fim de semana de um surfista após o
ataque de um tubarão-branco em uma praia do sudoeste da Austrália reavivou o
pedido para que todos os animais com mais de três metros sejam sacrificados,
informou a imprensa local.
O pedido foi feito depois da morte do surfista Chris
Boyd, de 35 anos, em uma das praias perto da cidade de Gracetown,
após o recente ataque de um tubarão, que é procurado
intensamente pelas autoridades do estado da Austrália Ocidental.
A morte de Boyd é a primeira deste ano no
estado da Austrália Ocidental, conhecido por ataques fatais de tubarões,
e a terceira em uma década no litoral de Gracetown.
O presidente do clube de surfistas da
região de Margaret River, Tom Innes, disse que o litoral da Austrália
está infestado de tubarões-brancos devido ao status de proteção que têm no país.
É preciso esclarecer que os ataques de tubarão-branco
ao ser humano são considerados eventos acidentais. O
tubarão-branco dificilmente ataca o homem, mas, quando isso ocorre, o motivo mais
frequente é o erro de identificação visual com sua presa natural. Nas
águas frias da Austrália, África do Sul e EUA, os tubarões-brancos
podem confundir os humanos com os pinípedes (leões-marinhos e elefantes-marinhos)
que lhes servem de alimento.
A maioria dos tubarões-brancos que ataca o homem
tem entre 2,45 e 3,65 metros de comprimento, sendo jovens inexperientes que
estão fazendo a transição de sua alimentação. Alimentavam-se basicamente de peixes
e após atingir dois ou três metros de tamanho mudam sua dentição e passam a se
alimentar dos pinípedes, maiores e bem mais nutritivos. Como estão em um
período de aprendizado de novas técnicas de caça, e são naturalmente mais
agressivos e afoitos nessa fase, cometem erros de identificação e confundem surfistas
ou mergulhadores
com esses mamíferos marinhos. Na medida em que se tornam maiores e mais
experientes (nas águas temperadas o tubarão-branco pode
atingir até seis ou sete metros), passam a ser perfeitamente
capazes de identificar e selecionar suas presas habituais.
Mergulho com tubarões ao redor do mundo, incluindo o grande tubarão-branco, com o objetivo de mostrar ser possível interagir de forma amistosa com esses seres fantásticos. E um dos objetivos é desmitificar e apagar a errônea imagem de “comedor de homens”, como a que foi imputada na década de 1970 ao tubarão-branco pelo blockbuster de Steven Spielberg, Tubarão (Em inglês, Jaws). O filme passou a distorcida ideia de que o tubarão-branco é um animal perverso e sanguinário que tem o homem como alvo principal. A irreal imagem da vítima humana mastigada pelos enormes dentes triangulares foi tão forte e negativa que os tubarões-brancos ficaram estigmatizados no imaginário coletivo como os assassinos dos mares. E basta que ocorra um ataque para reavivar tudo isso.
Mergulho com tubarões ao redor do mundo, incluindo o grande tubarão-branco, com o objetivo de mostrar ser possível interagir de forma amistosa com esses seres fantásticos. E um dos objetivos é desmitificar e apagar a errônea imagem de “comedor de homens”, como a que foi imputada na década de 1970 ao tubarão-branco pelo blockbuster de Steven Spielberg, Tubarão (Em inglês, Jaws). O filme passou a distorcida ideia de que o tubarão-branco é um animal perverso e sanguinário que tem o homem como alvo principal. A irreal imagem da vítima humana mastigada pelos enormes dentes triangulares foi tão forte e negativa que os tubarões-brancos ficaram estigmatizados no imaginário coletivo como os assassinos dos mares. E basta que ocorra um ataque para reavivar tudo isso.
Mas pense bem. Atualmente, acontecem no máximo de
70 a 90 ataques de tubarão ao homem por ano no mundo todo. E
desses, somente seis, em média, são atribuídos aos grandes brancos. Estatísticas
da FAO (órgão das Nações Unidas) estimam
que, anualmente,
mais de 100 milhões de tubarões sejam capturados e mortos pelo homem em todos
os oceanos. Quem são os verdadeiros assassinos dos mares?
Não há mais espaço para se admitir a matança
inconsequente de seres vivos na Natureza. E quando se trata dos tubarões,
é importante ter em mente que eles
exercem um papel crucial na manutenção da saúde
e do equilíbrio dos ecossistemas
marinhos e sem a presença deles teremos consequências incontroláveis e
desastrosas.
Agora você
pode compartilhar essa notícia pelo twitter e Facebook.
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Projeto Tubarões no Brasil
(PROTUBA)
Instituto
Ecológico Aqualung
Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030
Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail: instaqua@uol.com.br
Site: http://www.institutoaqualung.com.br
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Proteger os tubarões é proteger a vida, é proteger
a nós mesmos!
Seja um associado do Instituto Aqualung e ajude a
preservar nossos oceanos!
*Marcelo Szpilman, biólogo marinho formado
pela UFRJ, com Pós-graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ,
é autor dos livros Guia Aqualung de Peixes (1991) e de sua versão ampliada em
inglês Aqualung Guide to Fishes (1992), Seres Marinhos Perigosos (1998), Peixes
Marinhos do Brasil (2000) e Tubarões no Brasil (2004). Por ser um dos maiores
especialistas em peixes e tubarões e escritor de várias matérias e artigos
sobre natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos
em diversas revistas, jornais, blogs e sites, Marcelo Szpilman é muito
requisitado para ministrar palestras, conceder entrevistas e dar consultoria
técnica para diversos canais de TV. Atualmente, é diretor do Instituto
Ecológico Aqualung, diretor do Projeto Tubarões no Brasil, membro do
Conselho da Cidade do Rio de Janeiro (área de Meio Ambiente e
Sustentabilidade), membro e diretor do Sub Comitê do Sistema Lagunar da Lagoa
Rodrigo de Freitas e colunista da Rádio SulAmérica Paradiso FM 95,7 com o
boletim ECO PARADISO, em duas edições diárias sobre meio ambiente e
sustentabilidade.
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É possível dar ordem ao caos.
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Abraços, sempre!!!...
Mu®illo diM@tto♪
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