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sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Preconceito e a Mídia...

Foto extraída da página do Facebook, Pata Branca


Como todos sabem, ou deveriam saber, preconceito não cabe em lugar nenhum... mas as mudanças de conceitos, quando para melhor, sim... essas sempre serão bem vindas. Temos comprovações históricas de que ao longo dos anos muitos fizeram isso, e as mudanças vieram a contribuir, tanto em suas vidas, quanto também na existência do homem.

 

Charles Darwin, Charles Chaplin, Willian Shakespeare, Bob Dylan, Sidarta Gautama, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Malcon X… entre outros, só para dar bons exemplos, foram alguns dos que tiveram mudanças radicais em suas vidas, e fizeram valer, que mudança de opinião nem sempre é contradição

 

No Ano passado (2012) o Governo de Belfast, uma cidade da Irlanda do Norte, país integrante da Grã-Bretanha, demonstrou em um grande caso, de repercussão internacional, o quanto à intolerância, do tanto que o preconceito pode ter vigência em uma nação e ainda ter amparo legal para isso, foi o caso do pobre cão Lennox... sacrificado por ter características da raça American Pit-bull terrier, sem no entanto, pertencê-la, pois que era nascido de um cruzamento de Bulldog americano com Labrador retriever

 

Á época houve uma comoção mundial a ponto de se criarem variam petições, sites e blogs, infelizmente nenhum desses recursos surtiu efeito para o que o governo da Irlanda do Norte se comovesse. Na época a família tutora do cão, disse que o cão não precisaria ser morto, pois poderia ser adotado pela conhecida instrutora norte-americana de cães, Victoria Stilwell.... mas não houve jeito, mesmo depois da coleta de assinaturas on-line, de mais de 200 mil pessoas ao redor do mundo e de vários recursos exauridos, no curto período de dois anos, Lennox foi sacrificado, assassinado, morto, pela prefeitura de Belfast, seguindo a determinação de que todos países que pertençam ao Reino Unido são proibidos de criarem essa raça tão maravilhosa, que é altamente ativa, mas que cuja violência, quando existente, é por pura falta despreparo daquele que o abriga, pois quando assim se torna, é exclusivamente devido a falta dos cuidados necessários para que estes assim não se tornem... concordo, no entanto, que para se ter um Pit-bull terrier  em casa, seus tutores tenham que ter o tempo necessário para cuidar destes encantadores cães atletas... sim é isso que eles são, atletas natos, a espera de bons técnicos, bons tutores, bons amigos, e para isso é preciso ter tempo para treiná-los, para correr com eles, brincar, exercitá-los, cansá-los mesmo, e sobretudo para sociabilizá-los, pois a sociabilidade nesse caso, é fundamental. Quando ouvimos falar de ataques de Pit-bull é certo de que esses foram criados em confinamento, em verdadeiros cubículos, longe da presença humana e de outros animais. Aí, é claro, quando assim são criados, ao fugirem e dão de cara com alguém, o instinto primitivo da auto preservação fala mais alto, e o ataque pode ser eminente... mas isso não é uma via de regra, pois sempre há exceções... 

 

Agora pensem em uma situação assim: sem a convivência com outros seres, qualquer animal se sentira em perigo ao ver o que é diferente... e como a melhor defesa as vezes pode ser o ataque... fica caracterizado o quê vemos na mídia, um verdadeiro massacre a raça

 

Quando eu digo que é necessário que se tenha toda essa atenção em relação a criação de cães como Pit-bulls, é preciso que a faça com prazer, com carinho, com devoção, como a fizesse a um filho, afinal, cachorro não é bobo, eles reconhecem, tem a capacidade disso, de sentir quem os ama de fato. A mídia daqui, e a internacional, não tem o conhecimento, ou o cuidado, de quando anuncia que um pit-bull atacou alguém, pois já o coloca como um vilão... como a mordida de um poodle não dá tanto ibope quanto a mordida de um pit-bull, casos assim ficam renegados a segundo plano e não veem a tona... mas eles ocorrem também, já vi e já soube de vários ataques de cães vistos como pacíficos e de raças menores, aos seus donos e vizinhos, e no entanto não se vê essa conspurcação toda a respeito deles... por que a questão é unicamente essa, ibope, e é isso que movimenta a mídia, que dá lucro, em qualquer esfera. 

 

Tenho um amigo que é tutor de um pit-bull, e quando se entra em sua, seu pit-bull corre e abana o rabo como se dissesse: seja bem vindo, amigo... é um dos cães mais dóceis que já vi... e de uma simpatia contagiante, muito brincalhão mesmo, e esse com certeza não é o único. Já em contrapartida tenho uma amiga que tem um pinscher onde ninguém entra em sua casa sem que ela o segure, pois o bichinho é um verdadeiro mordedor.  

 

Quero aqui fazer um paralelo somente, de que a questão não é a raça, e sim a criação dada ao animal... portanto, é preciso que se adote, que se contribua, que se construa a ideia de que os Pit-bulls são vitimas do preconceito que rola por ai... sei que possivelmente alguns ao lerem isso, e que conhecem ou até mesmo já estiveram sob o ataque de algum cão, não compreendam dessa mesma maneira, pois sequelas psicológicas são mais profundas que as físicas... mas entenderei vocês, mas tentem me entender um pouco também, e pensem... na África, mesmo que não haja uma estatística oficial, se diz que o animal que mais causa mortandade ao homem, não é o leão, e sim o hipopótamo... e ele está no seu elemento natural quando o faz... protegendo o seu habitat, exercendo assim o quê o seu  instinto básico o orienta a fazer... por que simplesmente não está sociabilizado, há no entanto um casal, a família Joubert, residentes na África do Sul que criam um hipopótamo fêmea, de nome Jessica, em casa, como se esse fosse um cachorro, eles dão até comida na boca do animal, que é dócil e de nada lembra seus irmãos de raça... isso é sociabilidade, isso é criação, mesmo que não adequada (rsrs), mas é. 

 

E para sustentar cientificamente a coisa, GuilhermeDomenichelli, biólogo renomado do Zoológico do Município de São Paulo, diz que ataques ao homem na África, ou em qualquer parte do mundo, são fatalidades, pois o homem não tem um predador natural, o homem portanto não é a presa prioritária de animal algum no planeta... e casos de ataques de Pit-bulls não fogem a essa regra... eles não são predadores nossos, nem nunca serão... devemos acabar com a ideia de controle de raça ou a exterminação dela... não temos esse direito, pois não estamos sendo caçados a ponto de que a nossa existência corra perigo de extinção, se tivermos que agir assim contra algum animal, que seja então, contra mosquitos vetores da dengue e da leishmaniose, estes sim podem acabar conosco.

 

Pesquisas revelam que mosquitos do gênero Anopheles matam mais de um milhão de pessoas por ano ao transmitirem doenças como a malária, mas parece que muitos ignoram isso, pois não vejo estampado em ninguém o mesmo ódio a mosquitos e outros vetores, como o besouro que transmite a Doença de Chagas, com a mesma veemência que sentem em relação à raça nobre dos Pit-bulls. Tanto que a todo ano o governo gasta milhões com campanhas publicitárias de educação para a prevenção da dengue, e o sucesso é pouco, se comparado as varias epidemias causadas por essa doença... e isso muito se deve pelo desleixo da própria população, e uma boa parte dela é quem discrimina cães vistos como perigosos, mesmo quando não se tem base para fazê-los, e quando o fazem é simplesmente pelo “ouvi falar” da desenfreada mídia, que nesse ponto funciona, ao contrário de quando é campanha educativa

 

Então, devo entender que alguns concluam que determinadas raças de cães são mais perigosas que determinados vetores mortíferos

 

Não vejo o mesmo ímpeto quando ouço alguém falando do medo pelo mosquito-prego, agora quando se fala de um Pit-bull, Rottweiler, ou qualquer outro cão de porte grande e visto como “incontrolável”... o terror fica estampado... estranho isso! 

 

No caso dos tubarões a fobia é, e muito, por conta do filme do diretor de cinema, Steven Spielberg, no caso dos pit-bulls, como não há nenhum filme, que pelo menos eu conheça, a culpa pela fobia fica por conta da mídia, muitas das vezes despreocupadamente irresponsável.      


Lennox, o cão sacrificado na Irlanda do Norte.
À época do sacrifício de Lennox, que foi em uma quarta-feira de 11 de julho de 2012, uma pessoa comentou no Facebook:

"Lennox era um cachorro inocente que não foi morto por causa de sua raça, mas por seu visual".

E essa foi a prova viva de que Lennox foi morto por puro preconceito explicito. Agora pensem nisso quando algum representante da realeza britânica der as caras por aqui e outros alguns conterrâneos desavisados, o saudar, como se esse fosse alguém que merecesse de fato a nossa admiração... e nesse caso não é preconceito!!!... e sim uma mudança de conceito que adquiri ao longo do tempo, sobre aqueles quem veem os demais como súditos, pois creio que estes não podem e não tem a tão preciosa humildade, tão necessária para as verdadeiras transformações que uma vida exige ao longo de suas necessidades... pois como bem cantava (e ainda encanta) o revolucionário Raul Seixas:

“Eu prefiro ser
essa metamorfose ambulante,
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

E caso alguém discorde, dê uma olhadinha quais são os sinônimos e a definição literal da palavra súdito... mas isso já é uma outra história, própria para uma boa aula de português, que eu como um bom anarquista (graças à Deus) gostaria de participar com quem quer que discorde desse meu ponto de vista... uma coisa é certa... não teria preconceito para com essa pessoa.

Encerrando:
O preconceito sempre vem acompanhado de uma pitada de crueldade, no caso da família tutora de Lennox, lhe foi negado o pedido de um único adeus ao pobre cão. E crueldades sempre deixam sequelas... tanto do lado do algoz, quanto do lado de quem foi agonizado. Como bem disse um dos grandes gênios da humanidade, Albert Einstein:
"Tempo difícil esse em que estamos, onde é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito."
Links de sustentação:

Um pouco sobre Lennox:

O que a ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais) diz a respeito:

Estes são nossos “predadores”?!

Saiba tudo sobre Jessica, o hipopótamo criado como animal de estimação por uma família na África do Sul:

Mais especificamente:

É possível da ordem ao caos.
Pense verde... o planeta azul agradece.
Abraços, sempre!!!...
Mu®illo diM@ttos