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Casimiro de Abreu, Rio de Janeiro, Brazil

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Minhoca... fatos e lendas.

Será que duas minhocas crescem quando se corta uma ao meio?


As minhocas são animais anelídeos da classe Oligoqueta, ordem Haplotaxida, distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo, algumas de apenas centímetros e outras com um a dois metros de comprimento, casos nos quais são conhecidas como minhocuçus. O seu corpo é formado por anéis (segmentos corporais), o que faz com que seus corpos sejam cilíndricos e alongados, com a boca e o ânus em extremidades opostas; e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo da boca. São ainda conhecidas por serem animais com vários corações, e podem ter entre dois a quinze pares de corações.

Elas vivem enterradas (são animais subterrâneos), escavam galerias e canais, buscando abrigo e restos vegetais, seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens, que compõem o húmus. As minhocas constantemente excretam terra, devido ao seu sistema digestivo simples.

Passando o dedo na sua região ventral, de trás para a frente, sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no solo, facilitando o seu deslocamento, quando contraem a forte musculatura da parede do corpo.

Minhoca no anzol como isca de pesca=>

As minhocas são frequentemente usadas como isca (viva) na pesca de linha.

Obs.: Diferente do que algumas pessoas pensam, a cobra-cega não é minhoca e possui uma classificação bem distinta, e é na verdade um anfíbio, do grupo dos gimnofionos.


A epiderme das minhocas é coberta por uma fina cutícula de quitina e produz bastante muco, o que as torna viscosas, diminuindo o atrito com o solo e facilitando o deslocamento. O muco ainda protege a pele quando em contato com substâncias tóxicas ou nocivas e garante a umidade indispensável para as trocas dos gases respiratórios em toda a superfície do corpo. Esta é a chamada respiração cutânea.

Os órgãos internos da minhoca.

Existem mais de 8 000 especies de minhocas. As minhocas têm um sistema digestivo completo, que inicia na boca e termina no ânus. Na sua porção anterior, há uma grande câmara, o papo, e, em seguida, uma moela, que tritura o alimento. Segue-se um longo intestino, até o ânus, no último segmento.

O sistema circulatório é fechado, com uma grande rede de vasos muito finos, os capilares, sob a pele, para a troca de gases com o ambiente. É o mesmo tipo de circulação dos vertebrados. O sangue das minhocas é vermelho, por causa da hemoglobina, o mesmo pigmento encontrado nos glóbulos vermelhos dos vertebrados.

Em cada segmento do corpo há uma câmara interna, cheia de um líquido aquoso. Daí são retiradas substâncias de excreção, através de órgãos especiais que se abrem na pele, por poros microscópicos.

O sistema nervoso é representado por gânglios na cabeça e ao longo da região ventral do corpo. Os gânglios são formados por grupos de células nervosas que funcionam como centros de coordenação das diversas funções no corpo do animal.

Circulação.

A circulação é do tipo fechada, ou seja, o sangue é totalmente canalizado. Possui dois vasos sanguíneos principais, um dorsal e um ventral, que são ligados transversalmente por cinco vasos contráteis, que funcionam como cinco corações. A distribuição de nutrientes e de gás oxigênio/carbônico no corpo de uma minhoca é feita pelo sangue.

Reprodução.

As minhocas são seres sexuais e hermafroditas incompletos, pois cada indivíduo tem testículos e ovários; no entanto, o animal não se reproduz sozinho, dependendo sempre da união com outro para a troca de espermatozoides, o que é chamado de fecundação cruzada. Na cópula, os dois animais se unem pelo clitelo, que produz bastante muco, fazendo a troca de espermas. Após a troca de espermas, os dois vermes separam-se e cada um deles produz um casulo cheio de ovos, que é depositado no chão; após alguns dias, nascem os vermes deste casulo.

Minhocas copulando
A época reprodutiva das minhocas é definida mais por condições meteorológicas, que propriamente meses do ano. Quando o ambiente e a temperatura são favoráveis, que ocorre habitualmente nos períodos quentes e úmidos, e de uma forma geral à noite, as minhocas procuram um parceiro para fecundar. Cada minhoca, em condições ideais, pode deixar de 100 a 140 descendentes em um ano.



Sistema Digestivo.

As minhocas têm tubo digestivo completo, ou seja, inicia na boca e termina no ânus.

Sistematizando: 1-Boca→ Capturar o alimento 2-Faringe muscular→ Auxiliar na entrada do alimento e maceração do alimento 3- Esôfago→ Ponte entre a faringe e o papo 4- Papo→ Armazenar o alimento e início da digestão química 5- Moela→ Triturar o alimento. Tem a parede muscular mais forte e separa matéria orgânica da matéria inorgânica.

Sistema respiratório

O sistema respiratório das minhocas funciona nas partes externas de seu corpo. Elas tem respiração cutânea.


Uma minhoca em seu túnel subterrâneo


Famílias.

Espécies brasileiras. 

No Brasil existem em torno de 26 espécies de minhoca classificadas em 18 famílias (sendo a mais comum a família Glossoscolecidae). A maioria das espécies mais frequentes em solo brasileiro são estrangeiras, e foram introduzidas por fins comerciais (tais como a Eisenia fetida, originária do Norte da Europa, e a Eudrilus eugeniae, originária da África). Dentre as espécies nativas destacam-se a Glossoscolex giganteus, a primeira espécie descrita no Brasil (em 1836 por Rudolf Leuckart, com espécime encontrada no Rio de Janeiro); a Pontoscolex corethrurus, considerada a espécie mais comum em solo brasileiro; e Rhinodrilus alatus, conhecido popularmente como minhocuçu, endêmico do Cerrado central do estado de Minas Gerais e que tem em média 60 cm de comprimento.

Minhocas como alimento dos nativos das Américas.

As minhocas, assim como outros invertebrados faziam parte da dieta dos ameríndios.

Índios do Acre comiam, crua ou assada, a minhoca por eles chamada de daracubi, muito comum em igapós.

Compostagem

Algumas espécies de minhocas podem ser usadas em processos de compostagem para gerar solo humífero, isto é, rico em nutrientes. A compostagem pode ser um processo doméstico ou não.

Enfim, é possível ou não uma minhoca se tornar duas?

Alguém pode ter lhe sido dito em criança que uma minhoca irá se regenerar em duas novas minhocas se for cortada transversalmente ao meio, mas se você já experimentou fazer isso, você provavelmente ficou decepcionado.

Embora possa não parecer, as minhocas têm uma cabeça distinta e uma cauda. A cabeça está sempre localizada na extremidade mais próxima da banda inchada, o chamado clitelo, que circunda o animal.

Se uma minhoca é dividido em dois, não se transforma em duas minhocas. A cabeça da minhoca pode sobreviver e regenerar a sua cauda se o animal for cortado por trás do clitelo. Mas a cauda original não será capaz de crescer até formar uma nova cabeça (ou o resto dos órgãos vitais), e, em vez disso, morre.

No entanto, existe um tipo de "verme", que envergonha a capacidade regenerativa da minhoca: o verme planária. Este pequeno invertebrado, que pertence a um filo separado de minhocas, é capaz de reformar todo o seu corpo a partir de lascas com apenas 1/300 do tamanho do corpo original do animal.

E quando uma planária cresce a sua cabeça após a decapitação, a criatura notavelmente mantém todas as suas memórias antigas, de acordo com pesquisa publicada na edição de julho de 2013 do Journal of Experimental Biology.

Alguns exemplos de planarias:


Links de sustentação:

http://www.ciencia-online.net - Consultado em 22/01/2020.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Minhoca - Consultado e 22/01/2020. 



Fabiana Santos Gonçalves. Anelídeos (Annelida). Consultado em 04 de março de 2013 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

CAVALCANTE, Messias S. Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p. ISBN 9788582020364

PEREIRA, Nunes (1892-1985). Panorama da alimentação indígena: Comidas, bebidas & tóxicos na amazônia brasileira. Rio de Janeiro, Livraria São José. 1974, 412 p.

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