Ecos Cáusticos : 07 de setembro, um dia triste para a vida.... Aniversário de morte do último lobo-da-tasmânia

No dia 07 de setembro, é comemorado o dia da independência, algo que muito alegra brasileiros, pois é o dia que a história (de forma meio fantasiosa) nos conta sobre a nossa libertação como colônia de Portugal. E isso todo mundo sabe, ou pelo menos deveria saber... mas o quê muita gente desconhece é que se esse dia é também uma data trágica para a vida de nosso planeta, que tenta seguir feliz, apesar da existência do homem sobre ele.

Hoje é aniversário de morte de Benjamim, que deu seu último suspiro trancado em seu cativeiro, em 1936...

Benjamim foi o último lobo-da-tasmânia, um marsupial tigrado com cara de cachorro, mas que também era conhecido como Tilacino ou tigre-da-tasmânia (não confundir com o diabo-da-tasmânia).

Esse pobre animal morreu sem aproveitar muito seus últimos dias, pois que estava enjaulado no zoológico de Hobart, capital da Tasmânia.... essa bela espécime, que tinha como seu último reduto essa ilha da Austrália, teve toda a sua espécie caçada, dizimada, morta, assassinada, extinta, pelos colonizadores europeus que ali chegaram por volta do final do século XIX.... eles foram incentivados pelas autoridades locais, e recompensados pela empresa Van Diemen's Land Company, a caçar quantos lobos-da-tasmânia pudessem, então, tanto fazendeiros, quanto caçadores de plantão, não perderam seu tempo, acabaram com todos!!!...

O motivo (se é que precisava ter um):

Os lobos-da-tasmânia foram declarados pragas rurais, por que acreditaram que esses se alimentavam dos rebanhos de ovelhas trazidos de fora, o quê não era verdade, já que estudos recentes apontaram que a sua arcada dentária não era própria para animais do porte de uma ovelha e que a caça deles não poderia ser de um animal maior que um gambá.

Há toda uma questão sobre o nome dado a esse último lobo-da-tasmânia, que não cabe e nem convém ser explanado aqui, pois o quê realmente importa é dizer que, mais uma espécie se foi da face da Terra porquê esse é o modo escolhido pelo homem, de assinar com letras de sangue a sua passagem pelo planeta.

O quê faz pensar que precisamos rever algumas determinações que ditam o quanto uma espécie pode ser verdadeiramente vista como uma praga... pois que a verdadeira praga do planeta é justamente a espécie que a determina, ou seja, o homem, pois é ele quem invade espaços, a custos preciosos, para que a sua presença seja única e soberana... sem se dar conta (ou dando, e mesmo assim não se importando), que assim como os grandes impérios colonizadores fizeram com as terras que conquistaram, usaram, usurparam, abusaram e escravizaram, não importando com que já estava nelas... e muitos continuam fazendo o mesmo até hoje com os habitats das mais diversas espécies de animais, destruindo florestas e ecossistemas... que servem como moradia e proteção para muitas espécies até endêmicas, como era o caso do lobo-da-tasmânia.

Há relatos que o último lobo-da-tasmânia abatido na natureza, foi em 1930 por um fazendeiro chamado Wilf Batty em Mawbanna, no nordeste do estado. Imagino que esse fazendeiro assassino tenha sido aclamado como herói, na época...

E mais uma vez é isso... infelizmente.